Um dos fatores que ajudou a engajar tantas pessoas a particpar do ataque aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro foi certamente a manipulação do Digimundo.
Dentro da franquia Digimon, o Digimundo nada mais é do que a forma como os criadores imaginaram que seria um lugar onde todos os dados digitais ganhariam forma. Se a franquia começasse hoje, essa seria uma forma física da internet. Porém, naquele momento a internet ainda estava engatinhando pela redes telefônicas e já se imaginava um mundo digital onde tudo estivesse conectado.
No nosso Digimundo, Bolsonaro e seus aliados se aproveitaram da falta de uma regulamentação clara para manipulá-lo do jeito que queriam. Utilizando as mídias sociais para espalhar desinformação e teorias conspiratórias. Criando assim uma espécie de mundo paralelo onde a ditadura militar nunca aconteceu, as vacinas de COVID têm chip comunista, o nazismo é de esquerda, o aquecimento global é uma mentira e a Terra é plana.
No mundo real, 63% dos brasileiros sabem que o que aconteceu naquele fatídico 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe e são contra anistia para quem participou. Já no mundo paralelo, eles são vítimas de uma ditadura do judiciário comandada pelo Alexandre de Moraes. Essa última desinformação foi inclusive divulgada pelo próprio dono do Twitter, Elon Musk. Inclusive ameaçando tirar o Twitter do Brasil por conta de uma suposta censura do ministro do STF quando ele pediu o bloqueio das contas daqueles que participaram da tentativa de golpe.
Cada vez mais, fica mais urgente a necessidade de se criar uma regulamentação das mídias sociais. As Big Techs como Google, Meta, Twitter, Telegram, TikTok não podem se sentir acima da legislação dos países onde estão inseridas. Essas empresas precisam ser responsabilizadas pelo conteúdo que é divulgado dentro das suas plataformas. Espalhar desinformação não é liberdade de expressão!
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