Nos quadrinhos de Watchmen, conhecemos uma equipe de mascarados que lutou contra o crime nos anos 40 conhecidos como Minutemen. Quase todos os integrantes da equipe acabaram revelando sua identidade quando foram forçados a se aposentar por serem considerados muito perigosos. Porém, teve um que nunca fez isso. Justamente o primeiro vigilante que inspiraria todos os demais. O Coruja falava em sua biografia que o Justiça Encapuzada nunca tirava o capuz, mesmo quando estava apenas entre a equipe.
Na série de TV, ficamos sabendo um pouco mais sobre esse misterioso mascarado criado por Alan Moore. É revelado que ele era um negro que, quando criança, sobreviveu ao Massacre de Tulsa feito pela KKK em 1921. Quando ele se torna adulto, entra para a polícia, mas logo percebe que não conseguiria fazer a diferença lá dentro por ser negro. As pessoas que ele prendia eram rapidamente soltas. Depois de ser torturado por outros membros da polícia, ele decide fazer justiça com as próprias mãos.
Antes de vestir a máscara, ele precisava pintar o contorno dos olhos de branco. Mesmo mascarado, ele precisava fingir que era branco para ter algum respeito. A única pessoa dentro da equipe que sabia de seu segredo era o Capitão Metrópole, que foi justamente quem o convocou para a equipe e depois acabou se tornando seu amante. Durante uma de suas transas, ele aconselhou o Justiça Encapuzada a manter sua identidade porque os outros heróis não aceitariam descobrir que aquele que os inspirou era negro.
Seja em quadrinhos ou na TV, Watchmen é marcada por trazer realismo para o universo fantástico dos super-heróis.
Recentemente, o chefe da Fundação Palmares deu uma declaração de que o Dia da Consciência Negra precisa acabar porque só serve para os negros fazerem vitimismo. Parece que assim como o Justiça Encapuzada, ele também pinta o contorno de seus olhos de branco usando declarações como essa para se enquadrar dentro da equipe do governo Bolsonaro.
