Parece que viramos algum tipo de caricatura, onde tudo é exagerado. A gente observa pelas críticas de Facebook para novos filmes: ou é perfeito, o melhor filme de todos e que deveria ganhar todos os Oscars possíveis ou é uma bosta, deveria ser enterrado a sete chaves junto com os diretores, roteiristas e atores. (porque além de tudo tem que atacar e humilhar o pessoal que participou do filme, claro)
Infelizmente isso está longe de ser algo exclusivo do entretenimento. A política também é algo que acaba sendo afetada por esse radicalismo: ou o político é perfeito, tudo que ele faz é para o bem do país e do mundo e qualquer coisa que se diga contra ele é perseguição (como a gente bem vê tanto em relação ao Lula e ao Bolsonaro)
Até mesmo quando se fala em conflito de gerações, algo que sempre aconteceu e sempre acontecerá parece que se tornou ainda mais radical. Afinal "a geração nutella é um bando de mimados enquanto a geração raiz é que sabe como viver a vida" ou será que "as gerações anteriores são ultrapassadas e analógicas e os Millenials é que detêm o conhecimento de como viver a vida nesse mundo digital"?
Dificilmente encontramos as respostas nos extremos. Em geral, ela acaba ficando em algum no meio-termo. Então, por que insistimos em ficar nas pontas? Talvez seja por causa dos algorítimos das redes sociais que nos prendem dentro de bolhas onde todos pensam iguais a nós ou talvez o conforto de se sentir protegido atrás de um computador ou celular para xingar e odiar a vontade sem ter medo de levar nada pior do que um xingamento de volta, ou talvez seja o medo de ser chamado de isentão.
Acho que é um mistério para Sherlock Holmes resolver, seja ele o da série Sherlock interpretado por Benedict Cumberbatch, ou o clássico que surgia nas páginas dos contos de Arthur Conan Doyle.