Collor; Lula; Bolsonaro, até quando continuaremos a eleger "heróis" ao invés de presidentes?
Buscar heróis na vida real tem um problemas sério: a máscara de herói não é muito bem colada e eventualmente ela acaba caindo e revelando as falhas e problemas de caráter naquele humano totalmente normal e aí a gente busca um novo herói para combater o herói anterior que nos decepcionou e fica nesse ciclo vicioso.
Os verdadeiros heróis, que podem nos inspirar com grandes poderes e grandes responsabilidades, estão na ficção. É o único lugar onde eles têm permissão para serem perfeitos, ou o mais próximo disso. As falhas dos personagens servem apenas para gerar a identificação, mas no final os valores superam as falhas. No mundo real, nada chega ao fim (como Alan Moore faz questão de lembrar nas palavras do Dr. Manhattan em Watchmen)
Onde estão os heróis brasileiros, então? Apesar da força descomunal, não sei se daria para chamar a Mônica de super-heroína. Acho que a ideia do Maurício é que ela seja nada mais, nada menos do que uma garotinha de vestido vermelho que bate nos amigos que tentam implicar com ela.
Ano passado, fui apresentado ao Doutrinador por meio de seu filme, porém ele assume mais a função de anti-herói do que de um herói, assim com outros personagens do Guará (pelo que pude perceber). Também conheci a Sociedade da Virtude no ano passado que é uma verdadeira paródia de todos os super-heróis. Acho que quando falamos de super-heróis brasileiros, geralmente eles assumem uma dessas funções: ou como uma sátira aos heróis americanos ou com uma pegada mais sombria, com uma cara de anti-herói.
Recentemente, eu vi que um grupo de artistas independentes resolveu trazer esse lado mais heróico para o Brasil e juntos formaram A Ordem, histórias que eu pretendo começar a acompanhar e torço para que existam mais heróis brasileiros capazes de nos inspirar em suas histórias fictícias ao invés de falsos heróis que insistem em subir a rampa do Congresso.
